SEJA UM PROFESSOR AMOROSO
Ao ler o texto: Aprendizagem amorosa: transformações na convivência de
aceitação do outro como legítimo outro, proposta na interdisciplinar de
Psicologia da Vida Adulta, me fez lembrar da minha infância. Na escola tive
muitos professores amorosos, principalmente a Professora Vera, na primeira
série do ensino fundamental. Até hoje, ao falar dela, sinto o cheiro do seu
perfume e o toque das suas mãos ao pegar na minha para ajudar a fazer o
traçados das letras. Professora que nos chamava de pintinhos, acredito que pelo
fato de nos proteger e nos amar como uma mãe. E era isso que ela fazia, nos
colocava debaixo de suas asas, sem deixar de ser regida quando preciso.
Nas Escolas de hoje, nos deparamos com poucas “Profes Vera”. Talvez pelo
fato de estarmos vivendo em uma sociedade liquida, como fala Bauman. Onde as
pessoas não dão mais tanta importância as relações humanas.
Içami Tiba (1996, p.140) nos diz que "o
ambiente escolar deve ser de uma instituição que complemente o ambiente
familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores de afetos. Os
pais e a escola devem ter princípios muito próximos para o benefício do
filho/aluno".
O texto fala que a Aprendizagem Amorosa
é uma reflexão sobre o sujeito no seu coletivo, pois aprender são as
modificações na convivência e o amor é a aceitação do outro como legítimo
outro, ou seja, é a aprendizagem do respeito, da colaboração, da cooperação.
Nos dias atuais a escola não pode viver sem dar
importância a esse ato de amor, de mostrar que o aluno que recebem todos os
dias não é apenas mais um, mas sim que é amado que faz a diferença e que é
importante para o corpo escolar, pois, é através da interação desse trabalho em
conjunto que haverá desenvolvimento e bem estar na aprendizagem da criança,
contribuindo na formação integral da mesma, havendo a necessidade de a escola
estar em perfeita sintonia com a família. A escola é uma instituição que
complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência
de nossos filhos e alunos. A escola não deveria viver sem a família e nem a
família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra na tentativa de
alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor futuro para o filho e educando
e, automaticamente, para toda a sociedade.
Maturana constrói uma explicação para a própria origem da linhagem
humana baseada na convivência dessa emoção do amar, afirmando que o amor pode
ser definido como uma emoção fundamental que podemos detectar em praticamente
todos os seres vivos (em especial, nos mamíferos e nos humanos) e no devir de
suas relações.
A importância do ato de amor na educação escolar é
um tema que merece reflexão, pois se vive numa época em que a sociedade
encontra-se desestruturada e a desintegração dos valores são os maiores
obstáculos para o ser humano. Já que a sociedade baseia-se no individualismo, e
o coletivo tornou-se arcaico, as crianças e adolescentes envolvidos neste
contexto, vivem sufocados por um mundo dominador e conseqüentemente atrofiam
suas potencialidades tornando-se vitimas de um mundo frio e sem amor. O ato do
amor na educação escolar juntamente com a vida familiar envolve todo o
desenvolvimento infantil, no aspecto físico, intelectual, moral, espiritual e
social já que as heranças desta fase encaminharão o indivíduo as realizações na
vida.
O ódio, o egoísmo, a competição e a agressão geram convivências de morte,
de destruição. A falta de amor, a constante negação do outro resulta nas
enfermidades, como afirma Maturana (2002). O não reconhecimento do outro como
genuíno é uma sentença de solidão.
Nós
educadores temos que ver além do que todos vêem, ver o que existe atrás de um
simples olhar. Ser professor é olhar além do conhecimento e ver a criança e um
ser humano necessitado de amor, carinho e compreensão. Precisa estar conectado
em amor para ser útil para com todos. O professor deve estar sempre com a
fantasia na mente e nas pontas dos dedos para agir e direcionar seu aluno. A
educação precisa estar impregnada de amor e de verdade, para que a cada dia a
alegria surja. A função do educador é ajudar, mediar, lutar, e vencer nessa
sociedade que reconhece que existem problemas, mas que o sistema tem jeito e
pode mudar, depende de cada um de nós educadores.
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