A APRENDIZAGEM NA VIDA ADULTA E O EJA

           Lendo sobre o texto de Psicologia da Vida Adulta- A Aprendizagem na vida Adulta, me fez refletir sobre o Ensino de Jovens e Adultos e buscar saber mais sobre essa modalidade de ensino no Brasil.
          Sujeitos que há anos pararam de estudar por diversos motivos, retornam à sala de aula, sendo por vontade própria, ou por “determinação” do mercado de trabalho turbulento dos tempos atuais. Cada sujeito teve um motivo próprio para parar de estudar, e possui um motivo tão próprio para retornar.                  Quando retornam, muitos têm muita dificuldade em acompanhar os conteúdos e, em diversos casos, acabam desistindo muito facilmente, sem, ao menos, tentarem entender o que lhes “bloqueia” o aprendizado.


            A Educação de Jovens e Adultos – EJA tem por finalidade, proporcionar a educação básica àqueles que não tiveram condições de frequentar, por quaisquer motivos, a escola, na idade tida como “correta”. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (Parecer CEB nº 11/2000), em concordância com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, apontam três funções como responsabilidade da EJA: reparadora (restaurar o direito a uma escola de qualidade); equalizadora (restabelecer a trajetória escolar); qualificadora (propiciar a atualização de conhecimentos por toda a vida). Atualmente a idade mínima para frequentar a EJA é 15 (quinze) anos para o Ensino Fundamental, e 18 (dezoito) para o Ensino Médio. No Art. 22 LDB 9.394/1996, está prevista a Educação de Jovens e Adultos – EJA, classificada como parte integrante da Educação Básica. E, assim como a educação regular, é dever do governo disponibilizar educação de jovens e adultos, contudo, também existem instituições privadas, autorizadas a atender esta modalidade de ensino.
Aprender, nada mais é do que o desenvolvimento do cérebro, da cognição. Segundo Assmann (1998, p. 132), aprender “não se trata apenas de entender conceitos novos, entendidos com ferramentas interpretativas. Trata-se de entender, antes de mais nada, quais são as conseqüências disso tudo para a transformação das relações pedagógicas”. Aprendemos dentro de nós e em relação com o meio, que também aprende conosco. O modo como aprendemos cada ação, é individual, mas os fatores psicobiológicos, históricos e ambientais, influenciam em como esse processo se dá em nossas mentes. “Em situações distintas, somos requisitados a dar respostas condicionadas ou a construir novas estratégias de resolução de problemas. Ambas, então, são aprendizagens importantes dentro de seus devidos contextos” (LEGAL; DELVAN, 2009, p. 66). Cada sujeito possui sua história de vida e cultura, e isso influi no desenvolvimento de como e quanto tempo levamos para aprender algo.
Não há idade para aprender. No entanto, um fator deve ser levado em conta: as pessoas que estão há muito tempo sem contato com os conteúdos do currículo escolar (tanto de ensino fundamental, quando de ensino médio), ou que não possuem a cultura de lerem materiais diversificados sobre diferentes assuntos (ou não leem nada), estão propícios a terem um raciocínio e aprendizado mais lento.
A educação de jovens e adultos veio para tentar “realinhar” uma nação que saiu da escola antes de concluir o ensino básico, de maneira a sobrar um número quase que insignificante de sujeitos nesse contexto em um determinado prazo. No entanto, esqueceu-se que cada sujeito possui sua história, e cada um possui um “relacionamento” com a escola. A educação que antes era para ser apenas reparadora, hoje também reaproxima os sujeitos do ensino, e ainda preza para que essa reaproximação seja de um ensino de qualidade, para que ele não se “acomode” após a EJA.

“Não se discriminam indivíduos e grupos com base em suas diferenças; ao invés disso, a enunciação da própria discriminação constrói a forma e o caráter da ‘diferença’ e produz as interpretações através das quais a diferença é mediada e julgada”
(MCLAREN, 2000, p. 293).

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