Sabe-se que a literatura favorece o desenvolvimento humano,
tanto o social quanto o individual. É um instrumento que transmite conhecimento
e a cultura de uma comunidade, tem um papel importante para educação da
criança, em sua fase de grandes descobertas e curiosidades.
Como arte, a literatura trabalha o imaginário, a criatividade
e estimula a linguagem. Assim, pais e professores devem explorar as múltiplas
visões possibilitadas pela leitura de textos literários, que levam as crianças
à possibilidade de reflexão, questionamento e recriação do real.
As crianças surdas passam pelas mesmas etapas que
as crianças ouvintes no processo de aquisição de leitura e escrita. Ou seja,
apresentam a capacidade de elaborar representações simbólicas e desenhos, de
reconhecer os formatos das letras, para enfim chegar à forma convencional de
aprendizagem da escrita e leitura. E para se desenvolverem precisam passar
pelas etapas da aquisição de linguagem no seu tempo, com sua língua oral ou
visual, para não terem um déficit na sua aprendizagem.
Considerando que a língua de sinais é uma língua viso-espacial,
que explora o visual, as ilustrações na literatura infantil facilitam a
compreensão, tanto das crianças ouvintes quanto das surdas.
A expressão “literatura surda” para histórias que têm a língua de sinais e a cultura surda presentes na narrativa. Várias histórias foram escritas em português e na língua de sinais. As ilustrações acentuam as expressões faciais e os sinais; elementos que traduzem aspectos da experiência visual.
Como experiência dessa temática, realizamos na aula
presencial da disciplina de LIBRAS uma atividade coletiva. Consiste na
construção da releitura de uma obra literária
existente. Nosso grupo (Geovana, Fernanda, Elenita, Igaiara e eu) utilizamos a
história de Dumbo, o elefante que tinha orelhas grandes e descobre que pode as
utilizar para voar. Em nossa versão, Dumbo é Jumbo, um elefante que tinham
orelhas enormes, que ao chegar no circo, trazido pelas cegonhas, sentia-se
isolado, triste, amedrontado, era zombado, ridicularizado por não compreender
os demais habitantes do circo, era surdo. Até que um dia, chega ao circo um
ratinho de orelhas enormes, Timóteo, que se perdeu de sua família em uma grande
tempestade. Jumbo, sentado vendo a chuva, os raios e trovões percebe a presença
de Timóteo. Os dois se olham por longos minutos e se aproximam. Timóteo balança
suas orelhas enormes. Jumbo se aproxima mais e também balança suas grandes
orelhas, ambos sorriem. E ali nascia uma grande amizade, um compreendia ao
outro, pois Timóteo, o ratinho de orelhas grandes, era surdo como Jumbo.
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