Segundo o texto, “retratos
de uma infância contemporânea”, criança soft se refere a uma inocência,
beleza que não deve ser comercializada e sim mostrada, uma pureza, angelismo,
quase nos remete ao catolicismo. Projeta-se desde muito cedo, como deverão ser
as características deste sujeito infantil, aqui apresentado como estas crianças
softs.
Os anúncios normalmente
usam imagens lindas de bebês, geralmente loirinho, de enormes olhos claros, redondinho, limpo, provavelmente cheiroso e muito amado, chamam muito a atenção
de mães. Obviamente que um anuncio não usaria a
imagem de uma criança com assaduras mesmo que o produto anunciado é de um creme
para assaduras. A mídia além disso idealiza o bebê perfeito através de promoções,
de concursos, competições.
Um apelo comercial, pois toda mamãe deseja que seu
bebê seja assim, um fofo, saudável e com todos os encantos possíveis.
A idealização da infância é cultural e faz parte do
sonho de toda mulher que tem um filho, focando o lado meigo e ocultando as
imperfeições, as deficiências, carências e desencantos da maternidade.
A infância soft divulgada pela mídia é a supressão da
necessidade que o ser humano tem de resgatar algo que há muito deixou para
trás: a doçura e a inocência de um tempo lúdico e imaculado, irreversível em
sua vida, frente a realidade da vida adulta.
Comentários
Postar um comentário