TRABALHANDO A LEI N 10.639/03 EM SALA DE AULA
LINHAGEM (Carlos Assumpção)
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Me envia mensagens do orum
Meus dentes brilham na noite escura
Afiados como o agadá de Ogum
Eu sou descendente de Zumbi
Sou bravo valente sou nobre
Os gritos aflitos do negro
Os gritos aflitos do pobre
Os gritos aflitos de todos
Os povos sofridos do mundo
No meu peito desabrocham
Em força em revolta
Me empurram pra luta me comovem
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim
Eu trago os duros punhos cerrados
Fechado como Rochas
Floridos como jardins
Inicio essa postagem com o Poema Linhagem de Carlos
Assunção, qual o Professor da disciplina de Escolarização, espaço e tempo
na perspectiva histórica recitou em sua aula, fazendo-nos
refletir sobre a consciência negra e a contribuição do povo afro para
nossa cultura.Faço um parâmetro com o texto de KIRCHOF, Edgar -A diferença étnico-racial em livros brasileiros para
crianças: análise de três tendências, proposta na disciplina
de Infância de 0 - 10 anos.
No Brasil, a cor ou raça é autodeclarada: ao
responder ao Censo Demográfico ou outras pesquisas, cada um diz se é preto,
pardo, branco, amarelo ou indígena. Essa identidade normalmente se relaciona à
cor da pele e a outras características físicas, não à ancestralidade. É comum,
por exemplo, que um filho de pai ou mãe negra, mas que tem a pele mais clara,
se declare branco. Em outros contextos, que não o da pesquisa, assumir a
negritude é um ato político: trata-se de tomar para si a história e cultura do
grupo, suas raízes, suas lutas. Penso que a escola precisa colocar os
alunos em contato com os elementos que formam cada grupo étnico brasileiro,
para que eles sejam capazes de compreender a complexidade dessas identidades e,
assim, se afirmar não apenas pela cor da pele ou do cabelo, mas também por
outros elementos.
Apesar de a população negra constituir grande parte da
sociedade brasileira, somente a partir da Lei nº 10.639 de 2003 que tornou
obrigatório o ensino da História da África e dos afro-brasileiros no Ensino
Fundamental e Médio, as escolas ampliaram a reflexão e discussão sobre o papel
e a posição do negro em nossa sociedade. Em 2009 com a Lei 11.645 a
ampliação foi maior ainda sendo obrigatório estudar também sobre os indígenas.
Há necessidade de conscientizar acerca das práticas e
representações que configuram o racismo, apresentando aos alunos a verdadeira
história e tradição do povo negro no Brasil, de maneira íntegra, sem
estereótipos que distorcem e não retratam fielmente a trajetória dos
descendentes de africanos, sem mensagens subliminares que consolidam uma
sociedade racista e excludente.
Na Literatura existem grandes títulos que rendem
excelentes trabalhos acerca do tema. Eu escolhi o livro de Ana Maria
Machado- Menina Bonita do Laço de Fita.
Levei a história para sala em um momento de rodinha
(atividade também trazida para nossa cultura pelo povo afro,ex.: roda de
capoeira, roda de samba...) onde debatemos sobre o assunto. Após as crianças
brincaram com a boneca e fizemos juntos algumas atividades.
Foi uma atividade
muito especial que levou os
aluno à valorizar o ser humano, auxiliando na reflexão quanto ás
semelhanças, diferenças étnicas e sociais e relações familiares
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